Sou leigo no assunto de revalidar diplomas de médicos para atuar no Brasil, fico em dúvidas grandes: de um lado os médicos podem estar com a razão e não agem assim somente por corporativismo, de outro o governo federal aplica um programa nacional que - a primeira impressão - parece-nos interessante.
Como não tenho dados técnicos para discutir com os médicos a questão da "qualidade", "competência" dos profissionais estrangeiros, cabe refletir sobre um assunto que entendo demais: o sofrimento do povo brasileiro na área de saúde. Será desnecessário recorrer a estatísticas para fundamentar a afirmação que tem muita gente doente, aqui na amazônia, no sertão, no pantanal, nos pampas, nos "cafundós do judas", "lá onde o vento faz a curva". Tem gente doente aqui do meu lado, o vizinho, a senhora que mora bem ali. Tem "ribeirinho" na Amazônia que nunca viu um médico, nem sabe que os doutores se vestem de branco.
É disso que entendo, já vi muito sofrimento, gente que "madruga" em filas para conseguir uma "ficha de consulta", cidadão que passa quatro meses para conseguir um exame, a mulher que enfrentando o câncer não consegue o tratamento e os filhos da sorte que nascem sem atendimento pré-natal. Ainda tem os que morrem sem conseguir chegar no hospital, ou quando chegam o local não tem equipamentos. Eu conheci a amiga Cinei que lutou por mais de dez anos contra a insuficiência renal e não conseguiu, partiu deixando os filhos ainda por criar e muitas saudades para amigos como eu.
É sabido que não adianta ir só o médico, precisa-se de investimentos em condições gerais para a prática da medicina. mas, uma coisa eu entendo e quero compartilhar aqui neste espaço: Tem gente aqui na Amazônia que está esperando o médico estrangeiro como "se espera Jesus Cristo". Aqui, estamos para dizer "Bem vindos!" a todos que vêm para ajudar, especialmente nos lugares onde nenhum doutor viria ganhando R$ 10 mil, casa e passagem. Aqui no "cantinho do Brasil" não podemos atestar sem são "menos competentes" que os brasileiros, pois não tem nenhum para referência.
Sejam bem vindos, cubanos, espanhóis, canadenses, "moicanos", ...
E ontem o Ministério da Saúde divulgou o perfil dos primeiros 400 médicos, que chegaram no Brasil.
Como não tenho dados técnicos para discutir com os médicos a questão da "qualidade", "competência" dos profissionais estrangeiros, cabe refletir sobre um assunto que entendo demais: o sofrimento do povo brasileiro na área de saúde. Será desnecessário recorrer a estatísticas para fundamentar a afirmação que tem muita gente doente, aqui na amazônia, no sertão, no pantanal, nos pampas, nos "cafundós do judas", "lá onde o vento faz a curva". Tem gente doente aqui do meu lado, o vizinho, a senhora que mora bem ali. Tem "ribeirinho" na Amazônia que nunca viu um médico, nem sabe que os doutores se vestem de branco.
É disso que entendo, já vi muito sofrimento, gente que "madruga" em filas para conseguir uma "ficha de consulta", cidadão que passa quatro meses para conseguir um exame, a mulher que enfrentando o câncer não consegue o tratamento e os filhos da sorte que nascem sem atendimento pré-natal. Ainda tem os que morrem sem conseguir chegar no hospital, ou quando chegam o local não tem equipamentos. Eu conheci a amiga Cinei que lutou por mais de dez anos contra a insuficiência renal e não conseguiu, partiu deixando os filhos ainda por criar e muitas saudades para amigos como eu.
É sabido que não adianta ir só o médico, precisa-se de investimentos em condições gerais para a prática da medicina. mas, uma coisa eu entendo e quero compartilhar aqui neste espaço: Tem gente aqui na Amazônia que está esperando o médico estrangeiro como "se espera Jesus Cristo". Aqui, estamos para dizer "Bem vindos!" a todos que vêm para ajudar, especialmente nos lugares onde nenhum doutor viria ganhando R$ 10 mil, casa e passagem. Aqui no "cantinho do Brasil" não podemos atestar sem são "menos competentes" que os brasileiros, pois não tem nenhum para referência.
Sejam bem vindos, cubanos, espanhóis, canadenses, "moicanos", ...
E ontem o Ministério da Saúde divulgou o perfil dos primeiros 400 médicos, que chegaram no Brasil.
Não são recém-formados e inexperientes: 89% tem mais de 35 anos e 65% ficam entre 41 e 50 anos.
84% têm mais de 16 anos de exercício da medicina.
100% têm especialização em Saúde da Família, 20% mestrado nessa especialidade e 28% têm outros cursos de pós graduação.
Todos já cumpriram missões no exterior, quase a metade mais de uma, estão acostumados a conviver com carências sociais e doenças tropicais.
1 Comentários
Achei bastante interessando algo que li no face de uma amiga e diz: "Que vergonha alheia. Como podemos fazer para pedir desculpas por este gesto??
ResponderExcluirTriste pela realidade da medicina hipócrita, mercantilista com a qual estamos envolvidos, medicina de divisão de classes, de desrespeito, desprezo pelo outro. Salvo alguns maravilhosos Médicos (sim M maiúsculo) que tenho o prazer de conhecer e trabalhar e tantos outros que sei também que se dedicam à profissão como deve ser e que não conheço. O programa Mais Médicos está expondo a realidade, assim, de forma nua e crua. Um dia precisava aparecer. Venham mais e mais e mais e mais e mais médicos estrangeiros enquanto a casa se organiza, enquanto melhora a formação...
Não tenho como dizer à este profissional que chegou "SEJA BEM-VINDO, VOCÊ É ESSENCIAL AQUI, PRECISAMOS DO SEU TRABALHO", mas mandarei daqui a minha energia para ele." Chega de ver nosso povo sofrer, os salários são altíssimos, não estamos lidando com Deuses do Olimpo e sim profissionais que tiveram suas faculdades custeadas por nós! para que pudessem devolver isso em forma de bons serviços e aí fica a pergunta: é o que temos???