Merenda: Farofa de vento

Logo que assumi a secretaria municipal de educação, no ano de 2009, fiz a primeira visita objetivando conhecer de perto a realidade escolar no interior do município: a primeira escola a ser visitada foi a da localidade da Mina, na época um prédio acanhado, sem banheiros e com uma "retrete" improvisada com palhas de inajá no quintal. A Mina foi uma das escolas reformadas e com novos banheiros entre dezenas que a nossa equipe entregou à comunidade escolar. Muita coisa naquela época me chamou a atenção, mas um aluno veio bem pertinho de mim e disse: - "secretário, hoje a merenda é farofa de vento, não tem nada". Voltei para a secretaria e fiz um compromisso: empreender todas as forças para que nunca mais faltasse merenda escolar e estimulei nossa equipe da educação a trabalhar no projeto de regionalização da alimentação escolar, agregando itens no cardápio produzidos aqui mesmo em Maracanã. E chegou o peixe, o açaí, a melancia, a banana, a macaxeira, a farinha de tapioca, o mamão e entrou carne e frango, charque, leite, feijão de verdade. Nossa alimentação escolar ficou conhecida como uma das melhores da região.

As aulas começaram capenga na rede de ensino municipal de Maracanã em 2013 com falta de professores, superlotação de salas, pessoas sem capacitação improvisados como "professores" e sem MERENDA ESCOLAR.. A única escola que colocou merenda pra servir hoje, quinta-feira, foi a "Nels Nelson", mas é pago, fruto do trabalho de pessoas que atuam numa cantina particular dentro da escola. Creio que há muito tempo, MUITO TEMPO, o ano letivo não começava com "farofa de vento".

Nem tostão e nem milhão