Justiça seja feita!

A Alepa e Benedicto Monteiro


Na sessão histórica da Alepa, ontem, em seu discurso, o senador Jader Barbalho meteu o dedo numa ferida histórica, ao enfatizar, na tribuna, que foi a Assembleia Legislativa do Pará que se curvou ao novo regime e quis, digamos, mostrar serviço - e não propriamente os militares -, e cassou Benedicto Monteiro.
O brilhante caboclo alenquerense, meu conterrâneo da região do Baixo Amazonas, que foi cassado pela Alepa em 1964, humilhado publicamente nas ruas, conduzido por seus algozes algemado, descalço e esfarrapado, caçado como animal nas matas de Alenquer, preso incomunicável por vários meses, torturado e marginalizado da sociedade, e teve seus direitos políticos suspensos por mais de 10 anos, merece ser lembrado com orgulho pelas gerações futuras. E ontem a Assembleia Legislativa, sob a presidência do deputado Márcio Miranda, curiosamente um integrante do DEM, recuperou sua grandeza - a sua, como instituição -, e fez jus à memória de Bené.
Benedicto Wilfred Monteiro (1924-2008), o premiado autor de O Carro dos Milagres, foi jornalista, escritor, poeta, advogado, professor e compositor, além de político. Com a redemocratização, foi eleito para a Assembléia Nacional Constituinte. Criou a Procuradoria Geral do Estado do Pará e foi o seu primeiro Procurador Geral. Criou e organizou a Defensoria Pública do Estado do Pará. Sua obra literária é reconhecida e prestigiada no Brasil e no Exterior. Ave, Bené!
Texto: Blog da Franssinete

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