Por Mauricio Botelho
Cuja ocupação remota há milhares de anos, segundo a pesquisa “Projeto Salgado” do Museu “Emilio Goeldi”. Que encontrou vestígios do “Povo Sambaqui” nesta região.
A extração do sal das águas do oceano atlântico, pelos povos originários da região dos Caetés, principalmente da Aldeia Maracanã, da etnia Tupinambá, motivou a vinda de um grupo de indígenas, que fundou a Aldeia dos “Tupinambás Virianduba”, aqui.
E a chegada dos portugueses, já no período colonial, completa a miscigenação racial e cultural, que deu origem ao povo salinopolitano.
Povo Sambaqui
Por volta de 10 mil anos, as transformações da natureza foram responsáveis pelo deslocamento das populações que habitavam o continente americano. A elevação dos níveis de temperatura e dos oceanos motivou os homens dessa época a se deslocarem para as regiões litorâneas da América. A presença humana nessas localidades foi comprovada por meio de aglomerados de conchas e restos de peixes.
A formação dessas comunidades corresponde à transformação dos hábitos alimentares do homem pré-histórico das Américas. Com o passar do tempo, a caça e a coleta perderam espaço para uma dieta marcada pelo sistemático consumo de peixes, crustáceos e outros frutos do mar. Examinando a estrutura interna e os terrenos próximos aos sambaquis, percebemos que suas comunidades desenvolveram o artesanato, a escultura e trabalharam com a pedra polida.
A dieta dos povos sambaquieiros era composta por frutos do mar, tubérculos e a caça de pequenos roedores:
• Moluscos: Os sambaquieiros eram coletores de moluscos, como mexilhões, ostras e caracóis. As conchas descartadas na obtenção dos moluscos foram utilizadas na construção de casas.
• Tubérculos: Os povos sambaquieiros comiam tubérculos há quase 3 mil anos.
• Caça: Os sambaquieiros caçavam pequenos roedores, pacas, cutias e outros animais.
Tupinambás Virianduba
Os tupinambás são um povo originário brasileiro, parte da família linguística Tupi-Guarani, que habitava extensas áreas do litoral do Brasil.
Os tupinambás possuem uma cultura rica, destacando-se pela música, dança, artesanato em cerâmica e culinária, evidenciando uma profunda conexão com a natureza.
Baseavam-se na agricultura, pesca e caça, com o comércio entre comunidades indígenas contribuindo para a circulação de bens. A história dos tupinambás foi marcada por transformações após a chegada dos colonizadores, levando ao deslocamento dessas comunidades para áreas mais remotas em busca de preservação cultural.
A alimentação dos tupinambás era baseada em produtos da natureza, como frutas, legumes, verduras, raízes, caules, peixes e carnes de caça. A economia dos tupinambás era baseada na agricultura de subsistência, caça, pesca e coleta.
Os principais alimentos dos tupinambás eram:
• Mandioca
• Milho
• Feijão
• Abóbora
• Frutas silvestres, como a manga, o ingá, o araçá, muruci, cajú, taperebá, o mamão pequeno, o maracujá e o jenipapo.
Os tupinambás também praticavam a pesca nos rios e no mar. A caça complementava a dieta com carne de animais selvagens, como paca, cutia, porco-do-mato e macaco.
Os portugueses
Chegaram a esta região, durante o Sec. XVII. Quando ameaçados pela presença dos franceses que realizavam expedições pelo litoral paraense.
Com a expulsão dos franceses se fixaram aqui, para consolidar a colonização do Pará.
Muitos dos pratos hoje considerados típicos da gastronomia brasileira são nada menos que resultado de adaptações da culinária portuguesa às condições do Brasil Colônia. Alguns exemplos são a feijoada, o quindim, o caldo verde, a cachaça e, claro, pratos à base de peixes salgados.
Do mesmo modo, várias frutas, legumes e verduras naturais de Portugal foram trazidas para serem plantadas em terras brasileiras e com isso passaram a ser introduzidas nas comidas daqui, como jaca, fruta-do-conde, coco, manga, couve, pepino, alface, cebola e alho, entre várias outras, além dos condimentos e ervas.
Apesar de todas as dificuldades, os povos indígenas mantiveram muitas de suas tradições e línguas, e lutaram para manter sua identidade.
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