Lanhas causam erosão em várias ilhas do Pará |
Quando a Polícia Civil entrou em contato com a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) o objetivo era apenas um: que os pesquisadores pudessem auxiliar em uma investigação que apurava denúncias de pescadores e ribeirinhos sobre o total desaparecimento da ilha Camará, localizada no município de Marapanim, zona costeira do Estado do Pará, nordeste paraense. De acordo com as denúncias, o sumiço da ilha se deu por ação humana, a partir do excessivo fluxo de lanchas de praticagem, que trazem pessoas que estão em alto mar para o continente.
A ilha faria parte da Reserva Extrativista Marinha (Resex) Mestre Lucindo, uma das 23 unidades de conservação do estado do Pará, registradas no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) do Ministério do Meio Ambiente.
O auxílio à investigação veio a partir de uma extensa análise cartográfica, com o apoio de geoprocessamento e análise de imagens de satélite, trabalho realizado pela professora Tabilla Verena da Silva Leite, docente do curso de Engenharia Cartográfica e Agrimensura da universidade. A professora, que há anos pesquisa dados sobre a zona costeira paraense reuniu dados que vão de 1985, momento em que se tem as primeiras imagens de satélite da ilha, até 2021, data da solicitação da Polícia Civil. As imagens analisadas pela pesquisadora comprovam o desaparecimento total da ilha Camará, que na década de 80 possuía uma área de 13.561,998 m² e em 2016 não aparecia mais no mapa. “A ilha sempre aparecia nas imagens de satélite. Observou-se que havia existência vegetação e solo e os moradores afirmam a existência animais. Ela fornecia vários serviços ecossistêmicos para as comunidades do entorno, que a usavam também para atividades recreativas e lazer”, diz.
Transcrito do DOL
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