Uma carta inédita do saudoso cantor Eri Holanda de Castanhal

 

O saudoso cantor Eri Holanda colocando a carta


Uma mensagem INÉDITA a ser eternizada do nosso amigo Ery Holanda.

Por jornalista Eládio Reis

 

Jornalista Eládio Reis


Poucos sabem, mas tenho em casa um mural, uma galeria que foi idealizada por mim alguns anos atrás. Eu delego a amigos que muito admiro a missão de me revelar qual seu ídolo maior na música. A pessoa me diz, eu mando fazer um quadro e o amigo ou amiga vai em casa pra um registro e coloca o quadro na galeria.
Mas tem um detalhe muitíssimo importante. Cada amigo escreve a punho uma carta que é colocada atrás do quadro e lacrada, com a promessa da minha parte de que ela só seja aberta e relevada em 10 anos da criação do espaço (a contar de 2019) ou em caso de falecimento, mesmo eu apostando todas as minhas fichas que vamos viver vários e vários 10 anos pela frente. Eu falo para quem eu credencio a ir em casa eternizar seu ídolo que é só uma mensagem pra posteridade, que não seja colocado obviamente nenhum segredo inconfessável ou algo assim; apenas uma mensagem de otimismo pro mundo e falando um pouco de si. A pergunta básica que faço como jornalista pro amigo é: quem é você e o que espera pra daqui a 10 anos. E só ontem me caiu a ficha de que há uma carta inédita do Ery Holanda neste quadro do Fagner a ser compartilhada com todos nós. Vou abrir, enviar pra família e compartilhar com vocês o que o nosso eterno amigo e astro gostaria pro mundo do futuro.
(Foto de 17/08/2020)



(Carta escrita por Ery Holanda em 2017, que estava lacrada e que foi aberta no dia 21/11/2022, pouco mais de dois meses após o falecimento do cantor)
Castanhal, 17 de agosto de 2020.
Eu me chamo Erivaldo Holanda Marques Pereira, mais conhecido por Ery Holanda. Nasci em Belém no hospital Barros Barreto no dia 17 de setembro de 1961; no mesmo dia vim para Castanhal onde meus pais moravam. Minha mãe ficou no hospital uns oito meses, sou filho de José Holanda Pereira e Osmarina Marques Pereira. Fui criado por minha tia mãe Dulcimar Pereira dos Santos e Antônio Garcia dos Santos. Tinha doze irmãos legítimos, e seis primos irmãos, ao todo éramos dezoito irmãos. Sempre fui muito feliz quando criança, cresci sabendo da minha história, nunca tive problemas. Comecei a tocar violão ainda adolescente, um violão dado pelo meu irmão Dito Marques, que era um gênio como músico.


Fui alfabetizado no Cônego Leitão, estudei no Tracaiole, no Agrícola e no Lameira. Não fiz nenhuma faculdade por a música me levar por outros caminhos. Toquei em barzinhos, em 87 eu gravei um disco compacto duplo (4) músicas, em 1990 gravei meu primeiro LP. 91,92 e 94 gravei quatro LPS e dois CDS pela Gravodisco em Belém, trabalhei como cantor até 1999, dai virei empresário de show, comecei com meus amigos do brega, em seguida as bandas de forró do Nordeste. Sou casado com Ana Lúcia há trinta e sete anos, tenho duas filhas, Luciana de 35 e Lorena de 22 anos.
Acho que quem viveu nos anos 80 e 90 a 2000 viveu os melhores momentos em todos os aspectos. A gente era muito feliz. Culturalmente falando, tudo era muito melhor. A nossa música tinha conteúdo, letra, melodia, tudo era melhor. Hoje mudou tudo, gostaria de citar alguns exemplos, nós filhos respeitávamos nossos pais, não tinha drogas, doenças, etc. Ainda sonho com um mundo melhor, menos corrupção, com um mundo mais solidário

.”

 

Ery Holanda

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