Seis meses de governo - E agora prefeito?

 


 

A gestão de Maracanã completou seis meses. Uma data significativa, pois segundo reza a lenda política, o povo oferta o crédito de seis meses para todos os governantes, sem as necessárias cobranças. Sabe aquele período em que o povo fica mais anestesiado e não se importa muito com que os gestores fazem? Afinal - segundo a maioria - se está organizando a casa deixada pelo governo anterior. No caso especifico de Maracanã, a paciência do eleitor já acabou faz tempo e as expectativas de mudanças e novas posturas já se esgotaram.

Reginaldo Carrera (PL) foi eleito de lavada em Maracanã, recebeu mais de nove mil votos nominais e venceu seus adversários com tranquilidade, confirmando as pesquisas já realizadas um ano antes, que demonstravam claramente que venceria em todos os cenários políticos apresentados. Porém, o que era festa, se tornou num grande e estrondoso transtorno. Reginaldo caiu no canto da sereia e deixou-se seduzir pela pecha do nepotismo, instalando parentes de todos os tons em diversas áreas do governo; não satisfeito, autorizou os secretários municipais a também fazerem o mesmo e inaugurou na bela Maracanã o "Nepotismo Cruzado" deixando o presidente da Câmara Municipal também instalar parentes em outra esfera de poder numa permuta danosa aos cofres públicos, a moralidade e a impessoalidade contemplada nos preceitos da ética e da probidade no serviço público.

Ao findar a quadra junina, Reginaldo Carrera sucumbiu a uma lenda e tradição danosa na mágica Maracanã: afastar a grande maioria dos servidores contratados para não pagá-los em julho. Mas, diferente das gestões anteriores, faz muito pior, como inchou a folha de pagamento de todos os setores, quando chegar agosto voltarão os contratados escolhidos "a dedo" por gente chegada do governo, centenas ficarão no olho da rua mesmo.

No quesito infraestrutura se perdeu muito cedo, engasgado em contas feitas na Prefeitura como se fosse a "Casa da Mãe Joana". Iniciou a revitalização de um trecho da orla marítima, onde colocou um belo letreiro, mas não teve fôlego para melhorar com novos elementos. As pequenas obras estão ficando pela metade e as contas aumentando em estâncias de aliados, sendo que alguns exercem até cargo público e vendem materiais de construção ao mesmo tempo, fato já investigado pela lupa do Ministério Público. Um pontinho azul fora da curva é a área de transportes que conseguiu levar alguns equipamentos para poucos ramais e algumas ruas da cidade. Mas, no fundo a expectativa para o verão não é das melhores. No segmento da Saúde, a mesmice de sempre, estrutura oferecida para os bravos e heróis profissionais da saúde é muito capenga: poucos médicos, medicamentos a conta gotas; falta de insumos e materiais importantes; poucos exames; dificuldades para agendar consultas fora do município e o 'lenga lenga" dos pagamentos do TFD. O grande médico continua sendo a ambulância, que carrega paciente à toda hora para os grandes centros, geralmente Castanhal e Belém.

Na educação, Reginaldo montou uma grande equipe, talvez uma das melhores dos últimos tempos, mas com pouco poder de mando. Lá também o Rei não manda e terceiros conseguem influenciar. A sorte é que as aulas são remotas e as crises na educação ainda não afloraram. A não ser na área de licitação, onde o combustível comprado para a educação é totalmente questionável, já que não há transporte de alunos.

Nas vilas, as comissões de apoio na campanha do prefeito Reginaldo, choram pelos cantos decepcionados numa só voz que o "homem mudou muito" ou as pisicas que "o homem não tira os 4 anos". Não trata as coisas com pulso forte e anda - segundo aliados - levando as coisas demais na barriga, fala muito que vai fazer, mas não faz...No prédio barulhento da praça de São Miguel Arcanjo, um bom número de parlamentares já adianta que dificilmente o "homem consegue se sustentar". Não se sabe se são senhas de vereadores pelo atendimento de demandas ou se realmente existe nos bastidores em curso uma solução mais especifica para o desgoverno que avança a cada dia.

A sensação após seis meses é que o rei está nu. O rei não age, não manda e o primeiro ministro segue pintando e bordando do jeito que alguns gostam. Uma claridade de sol no governo atual é o trabalho em algumas vilas que ganham iluminação pública, o que há muito não se fazia. Não se sabe ainda se será um trabalho permanente ou apenas uma luz no fim do túnel que se apagará com a chegada das chuvas de dezembro.

Deus abençoe, Maracanã!

Deus salve o Rei!


Da Redação

Ícaro Gomes

Imagem: Jece Cardoso - Editor da Nova Folha da região metropolitana de Belém

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1 Comentários

  1. Já vai aparecer a tropa de puxa Sacos pra colocar a cara a tapa e tapar o sol com a peneira. A verdade é que a gestão Reginaldo é apenas mais do mesmo. Nepotismo, apadrinhados com salários altos, uma leva de puxa sacos, obras inacabadas, pagamentos atrasados, carros locados de fachada, superfaturamento, etc. Poucas secretarias funcionam como deveriam.
    Triste realidade

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