A "geração Cegel" da terra dos Umaris no olhar de Jece Gomes


 

 

O jornalista Jece Cardoso é um grande amigo e irmão de alma desde a infância. Colega de bancos escolares e um dos grandes parceiros durante a adolescência, nossa amizade nunca foi arranhada, nem mesmo quando estamos em campos distintos de pensamentos políticos, o que é natural entre pessoas que primam pela democracia e a liberdade.

Jece em 17 de maio de 2016 escreveu um texto que agora foi republicado por outro grande amigo da época da juventude, o músico Léo Monteiro, também de Marituba e citado por Jece. Já o outro irmão de alma, perdemos em abril do ano passado para a Covid 19, José Augusto Soares Amaral, nos deixou e seguiu para o céu sem ter o tempo para as despedidas e lembranças do Cegel ( registrado aqui no Blog https://www.icarogomes.com/2020/04/augusto-amaral-travessia-de-um-grande.html?m=1 ). Aliás, estou escrevendo um artigo para um livro do amigo também desta época professor Eloizo Vasconcelos, sobre a "geração Cegel" que iniciou um ciclo na educação profissional da antiga vila e hoje município de Marituba. Bem, o assunto mesmo é o texto do Jece. Então, vamos lá!




NOSSA HISTÓRIA
 
Por Jece Cardos
 
"É o tempo passou sem querer, e nós nos esquecemos de nos esquecer... Foi uma mentira sincera, e quem nos dera, juntos outra vez..." Começo esse humilde escrito para homenagear meus grandes amigos de juventude, afinal já são mais de 40 anos de amizade sincera, apesar da distância, mas sempre nos visitamos e parece que nada mudou, apesar do tempo.

Creio que um pouquinho, diria um minúsculo pedaço de um grão da história de Marituba, tem haver um pouco com a gente, começando ela por uma eleição polêmica na escola "Fernando Ferrari" no início da década de 90. E indo num festival de Música Popular Paraense, realizado pelo professor Poeta, onde o trecho que começa esse texto entre aspas (") foi escrito e cantado pelo meu amigo Ícaro Gomes, com arranjos do meu mano Léo Monteiro. E diga-se de passagem, foi a vencedora, isso lá pelo inicio dos anos 90.

Nós eramos aqueles pobretões enxiridos, gostávamos de desafios; fomos uns dos primeiros a passar no vestibular da UFPA (Universidade Federal do Pará) remanescentes da escola Fernando Ferrari, depois de nossos mestres do Ferrari, quando tão tínhamos "nem o da passagem", quanto mais ter tradição ou pertencer a alguma família tradicional da antiga vila operária, pois nossos pais não eram conhecidos, ou badalados por lá, a não ser para obedecer ordens. Contudo, fizemo-nos ser reconhecidos pela persistência na arte de estudar. Primeiro Léo na escola de música da UFPA, depois Ícaro e eu em Administração e Economia. O interessante, que também fomos bancários pelas bandas de Paragominas, primeiro foi o Augusto pra lá, depois o Gerson Ícaro e em seguida eu. Depois voltamos para estudar um atrás do outro, parecíamos inseparáveis, mas o tempo se encarregou de mandar cada um para o seu canto, mas sempre nos visitando.

Tenho orgulho de ter amigos como Léo Leo Monteiro, Augusto Amaral, Ícaro Gomes, pois o tempo passou e nós não esquecemos de nos esquecer.

E agora podemos nos encontrar em qualquer lugar de Marituba e contar a nossa história, hoje Augusto do Cegel como funcionário concursado do Ministério Público; Léo como músico renomado (o fera); o Ícaro como jornalista, profissional na área educacional e politico e eu um humilde contador de história, mas pelo menos aprendi a escrever um tiquinho de nada.


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