Os primeiros dias do novo governo em Cintra





Todo início de gestão é comparado com a "família que faz mudança e ao chegar na nova casa, limpa, lava, poda árvores, varre o quintal, ajeita a calçada, pinta, enfim...". Assim iniciou os governos de Tinô, Dica e agora Reginaldo: podagem das árvores, troca pontuais de lâmpadas, medição da orla, recolhimento de lixo e entulhos, roçagem nas áreas das secretarias, muitas fotos com equipamentos sucateados e máquinas quebradas e o fim do estoque de pastas de documentos na papelaria. Em breve será iniciada a fase das pinturas, possivelmente com a colocação das cores preferidas. O que isso significa?

- Nada de novo até o momento. Tudo isso faz parte do início. O que Maracanã espera mesmo são projetos e ações efetivas a favor do desenvolvimento. Como será feito isso e aquilo? De onde sairá o dinheiro? Tem conversas com alguma empresa para se instalar e gerar empregos no município? Teremos o novo hospital? o que será feito nas beiradas que estão desabando nas vilas praianas? Como será tratado o turismo que realmente gera renda?

Tais perguntas só podem ser respondidas com projetos, precisa ser claro no plano de ação. Mas para isso o povo concede de forma generosa seis meses de crédito para todos os governantes. Não se pode cobrar de imediato nada do novo governo que ainda não teve tempo de organizar a casa. Todavia, claro, as perguntas precisam de um norte desde o início.



Reginaldo Carrera é um cara bacana, simples, gentil, simpático, tem perspectivas boas pois é presente e disposto ao trabalho. Mas para ser um bom gestor não bastam as qualidades maravilhosas que tem, precisa ter pulso forte, pessoas leais ao seu lado e realizar as ações com organização. Daqui a pouco vence a primeira folha de pagamento, as contas com os novos fornecedores, então não pode se perder. A hora é de planejamento, saber realmente os números na ponta da língua: quanto recebe? o que é o dinheiro para custeio? fazer o possível e então poderá ter um caixa para investimentos capazes de mudar a história de Maracanã.

Um exemplo do que o artigo se propõe aqui vem de tempos recentes: a ex-prefeita Dica destruiu o gramado do campo de futebol "Reizão" e recolheu as traves. Saiu do governo e não conseguiu entregar "nadica de nada". E por que não? - Porque não tinha um projeto com recursos assegurados em alguma esfera de governo. Um estádio custa valores contados em milhão e precisa ter a articulação correta. Agora a mureta do campo foi jogada abaixo por máquina. Já temos os recursos liberados para a construção do muro, arquibancadas e o campo em si?

Por outro lado, quero festejar a colocação da caixa d'água no elevado do bairro Apeteua, fruto de um convênio com a Funasa e que se arrasta por anos. Ponto para o novo governo. 

No mais, estou embuído de todas as energias positivas - assim como a grande maioria de Maracanã - torcendo para que o prefeito Reginaldo faça um grande e exitoso governo.


* O autor é pedagogo, administrador, blogueiro, ativista social e político

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