O Blog começa hoje uma série de postagens sobre a história da antiga Colônia do Prata, que foi elevada a categoria de Vila de Santo Antônio do Prata, pertencente ao município de Igarapé-Açu. Com textos do titular Icaro Gomes e as imagens e depoimentos do fotógrafo Sandro Barbosa, vamos conhecer entre ruínas históricas muito da memória de um tempo que vai se revelando pouco a pouco nas postagens.
Boa Leitura!
Da Redação
Ícaro Gomes
Imagens e depoimentos: Sandro Barbosa.
A Vila de Santo Antônio do Prata, município de Igarapé-Açu, abrigou no século 20 uma colônia agrícola para segregar pessoas atingidas pela hanseníase. A Vila foi no passado a colônia agrícola do Prata, marcada pelo passado de segregação e violação de direitos humanos de pessoas atingidas pela hanseníase.
A escola masculina |
O governo federal mantinha o lugar com recursos financeiros e logísticos, consistindo em estrutura de apoio na saúde, educação, cultura e lazer, mas a medida da separação obrigatória, interrompeu muitas histórias de amor e vida num rompimento dos laços familiares que jamais foram refeitos.
A vila foi aberta e liberada para as novas construções, mas há pessoas vivendo nos abrigos da época da colônia. Os prédios estão abandonados e perdidos no tempo. A escola principal e histórica vai ficando em ruínas, os pavilhões que eram divididos conforme o sexo estão em estado de precariedade. O Pará tem ainda número alarmante de casos de hanseníase no Pará, ocupando o 4º lugar entre os estados que mais diagnosticam casos no Brasil.
O depoimento de Sandro Barbosa sobre a escola do Prata
"A Escola de ensino fundamental "João Paulo II", guarda entre o silêncio ensurdecedor de suas ruínas, algumas das maiores memórias da antiga colônia do Prata, hoje conhecida com a vila Santo Antônio do Prata.
Serviu na atividade de catequização dos índios e depois como ambulatório para tratamento dos hansenianos que eram isolados na colônia naquela época. Com o passar do tempo e, já sem a necessidade de isolamento das pessoas, o prédio começou a ser utilizada como escola de ensino fundamental, tornando-se referência na região.
Em 2001 foi desativada.
No interior, o ambiente é angustiante, ora iluminado, como se as energias que habitam o lugar estivessem em permanente conflito. Nas paredes estão gravadas muitas dessas inquietações, tipo "inferno eu te amo...Deus eu te amo". Nos dias de hoje, a deteriorização deste patrimônio histórico avança na mesma velocidade que a vila vai crescendo em função da agricultura de resultados".
Goiano do Prata. |
A esperança é a grande companheira das pessoas e o futuro certamente pode trazer os sonhados novos caminhos.
1 Comentários
Um lugar como qualquer outro. Porém para as pessoas que foram isoladas um lugar de cotidiano no inferno.
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