Sucessão Municipal em Maracanã - o cenário começa a se desenhar a partir de dezembro

O alvoroço pré-campanha eleitoral natural do ano anterior já começou, mas em meio a um universo de dúvidas, principalmente, com as modificações da legislação eleitoral e a influência das redes sociais, até o momento pouco se pode dizer na bela cidade de Cintra, às margens do Oceano Atlântico. E as mudanças não são poucas implementadas pela justiça eleitoral. Temos que discorrer sobre algumas mais tocantes para compreender melhor o quadro político. Para preencher a lacuna da proibição das doações de empresas aos candidatos e partidos, o Congresso Nacional criou o fundo de financiamento público que garantiu quase dois bilhões de reais nas eleições de 2018, quando ocorreu a primeira experiência. Já em 2020, vem a prova de fogo, quando milhares de candidatos e candidatas às casas legislativas municipais receberão recursos públicos para promover suas campanhas, assim como os majoritários. Outra alteração relevante é a diminuição do prazo de campanha para 45 dias, favorece os detentores de mandatos ou pessoas mais conhecidas nas redes sociais.

Outra importante mudança é o fim das coligações, ou seja, agora os partidos terão que ter musculatura própria para chegar nos números que garantem o quociente eleitoral;  antes pequenos partidos ou com poucos nomes viáveis eleitoralmente se juntavam a outros para assegurar eleições proporcionais. No novo cenário isso não será mais possível, todavia, a eleição proporcional continua com a votação voltada para o partido e não para o candidato. Além disso, ainda tem o fato da cláusula de barreira, onde alguns partidos não conseguiram atingir os votos suficientes para eleger número mínimo de parlamentares federais e  votação em algumas unidades da federação, entre outros, PATRIOTA, PC do B, PPL, PTC, PMN, PSTU, PCB, PRTB, PHS, DC, PCO. portanto ficarão sem direito ao acesso aos recursos do fundo eleitoral. 

Uma modificação também muito intensa é quanto o domicilio eleitoral e a filiação partidárias, agora de apenas seis meses. Um cidadão que mora em outro município poderá até seis meses antes da eleição trocar de cidade para concorrer na eleição, assim também, como a filiação no partido político que também obedece aos seis meses.

Diante tudo isso, podemos analisar alguns pontos da vindoura eleição de Maracanã...

...Antes, alguns vereadores mantinham partidos com poucos nomes viáveis e esperavam as convenções para forçar a coligação e então se elegiam contando com os votos de outros; com o fim das alianças proporcionais isso não será mais possível;

... Há uma grande baixa de nomes no chamado grupo de "estrelas" - aqueles com possibilidades bem reais de eleição, talvez seja o ano eleitoral com menos "estrelas" e menos participantes, já que a maioria dos partidos em Maracanã, dificilmente encontrará quadros suficientes para construir uma chapa viável, obedecendo o número de homens e mulheres;

...Os nomes mais comentados para a eleição majoritária diminuíram ou pouco cresceram seus grupos de aliados, sendo assim, há a necessidade de improvisar com nomes que talvez não ultrapassem a casa de 100 votos;

...Pelo que se comenta nos bastidores, hoje não há partidos que completem o número total de candidatos e candidatas no momento, portanto, o jogo político poderá só ser iniciado a partir de janeiro de 2020;

...Não tem como pensar em aliança majoritária antes da "janela" que será no mês de março de 2020, quando os vereadores poderão trocar de partidos sem incorrer na possibilidade de ter seu mandato suprimido pelo partido. Como a legislação eleitoral permite a "janela", somente a partir das movimentações dos parlamentares, saberemos como ficarão as possíveis alianças.

* O autor é especialista em educação, Blogueiro, ativista social e político.