Ação de conscientização e limpeza na Praia da Marieta em Maracanã



A praia da Marieta é uma praia selvagem de difícil acesso e com poucos moradores. Possui aproximadamente 6 km de extensão, localiza-se no extremo norte do município de Maracanã, na ilha do Marco, que também possui uma praia homônima de aproximadamente 4 km de extensão. A ilha do Marco está dentro da Reserva Extrativista de Maracanã, tem a Leste o município de Salinópolis, e a oeste a ilha de Algodoal-Maiandeua, uma APA que também pertence a Maracanã.

No dia 06 de julho, às 17h30 realizou-se a ação de comunicação e educação ambiental de jovens e adultos no salão da igreja de São Pedro na vila da Penha, distante 12 km da sede municipal de Maracanã, através da palestra sobre a problemática do lixo marinho e a importância de combatê-lo nas praias, restingas e mangues da região.

No dia 08, às 7hs da manhã, iniciou-se a ação praia limpa com saída da praça de São Pedro em direção a praia da Marieta, distante 12 km por via terrestre. Os 30 voluntários foram transportados por 10 km no ônibus escolar até o furo, de onde seguiram numa caminhada de 2 km até a barraca do Sr. Pequenino na praia da Marieta.

Por volta das 8h30, realizou-se as últimas orientações da ação e a apresentação do trabalho a ser realizado aos veranistas presentes na praia, na qual ressaltou-se a sua importância para economia local, bem como, convidou-os a participar do evento.

As 9hs, após um lanche, iniciou-se a divisão dos grupos, e a coleta de plástico, isopor, garrafas de vidro, metal, resto de rede de pesca, etc. As 10h30, já haviam sido coletados 320 kg de resíduos, num trecho de 1.100 metros. Uma equipe da SEMA coletou 60 kg de resíduos, que totalizaram ao final da ação aproximadamente 390 kg de lixo marinho. Destes 90% eram plásticos, 5% isopor e 5% outros resíduos (metal, rede de pesca, vidro, etc).

O lixo marinho é oriundo de fontes terrestres (lançados principalmente pelos veranistas nas praias do Atalaia e Maçarico em Salinópolis) e de fontes marinhas (lançado por embarcações nos rios e em alto mar). Dentre estes, foi encontrado uma lata de lubrificante ou tinta num idioma que pode ser chinês ou japonês, o que demostra que o lixo pode percorrer grandes distâncias até ser depositado pelas correntes, ventos e ondas num local totalmente diferente da sua nacionalidade.

Todo esse lixo coloca em risco a vida marinha, como as tartarugas que utilizam as dunas da praia da Marieta para fazer a sua desova. No entanto, algumas chegam mortas na praia, por terem comido algum tipo de plástico ou ter se engatado num pedaço de rede de pesca, que foi abandonado por um pescador no mar, ação conhecida como pesca fantasma.

O lixo marinho também ameaça a saúde humana, quando o plástico, por exemplo, após pegar muito sol e sal, quebra-se em micros pedaços pela ação das ondas e, ao serem ingeridos pelos peixes, podem também ser ingerido pelo homem, provocando intoxicação e comprometendo a sua saúde.

A Ação Praia Limpa teve a duração de 5 horas, incluindo o tempo livre para o banho de sol e mar e alimentação. Os 30 voluntários somados com coordenadores do evento, veranistas e servidores públicos de Maracanã, totalizaram aproximadamente 50 pessoas envolvidas. Que juntos fizeram a diferença e “pensaram globalmente e agiram localmente”. Não solucionaram por completo o problema, mas alertam as autoridades competentes dos balneários vizinhos, bem como os veranistas, população local e pescadores sobre a importância de não transformar o mar e a praia numa lixeira. Ajudando assim na conservação da biodiversidade dos ambientes marinhos na Amazônia Atlântica.

A programação teve o apoio da Secretaria Municipal de Educação (SEMEC), EEEFM Abel Chaves, Secretária de Meio Ambiente (SEMA), Programa de Áreas Protegidas (ARPA) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO). Todo o lixo marinho coletado vai ser destinado para um local adequado pela SEMA.

A coordenação do evento agradece a todos os envolvidos na ação Praia Limpa, em especial aos pais que incentivaram seus filhos a participarem desta ação de educação e responsabilidade socioambiental com o espaço marinho que lhes pertencem.














Texto: Adrielson Furtado
Fotos: ICMBio

Postar um comentário

0 Comentários