No dia da diplomação presidente eleito enfrenta denúncias

Direto do Blog Ver-o-Fato


Depósitos mal explicados aos Bolsonaro e a honestidade da mulher de Júlio César


Pompéia, mulher de César: "parecer honesta"

O discurso contra tudo que de ruim e corrupto infesta a política brasileira, levou uma legião de desiludidos, de norte a sul do país, a colocar Jair Bolsonaro no poder. Ele encarnou um sentimento de revolta contra a roubalheira nos cofres públicos patrocinada pelo PT, PP, MDB, PL, PR, PC do B, PSDB e outras siglas encasteladas no Palácio do Planalto. Enfim, a velha política que, como um câncer incontrolável, corrói o organismo nacional. 


O discurso da moralidade, turbinado pelas promessas de colocar o país nos eixos, devolvendo 12 milhões de empregos, a saúde, a educação e a moradia reclamados pelas massas enganadas, porém, foi abalado dois dias atrás pelas revelações de condutas nada republicanas de familiares de Bolsonaro e seus assessores na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. 

As explicações até agora oferecidas pelo filho de Bolsonaro, o deputado Flávio, e pelo próprio pai, Jair, sobre um depósito de R$ 24 mil na conta da esposa, não convencem a ninguém, a não ser quem se dispõe a ser tapeado por argumentos inconsistentes. Algumas perguntas, impertinentes mas plausíveis, precisam ser respondidas por Jair Bolsonaro, que está a 24 horas de ser diplomado pelo TSE presidente da República.

1- Qual a participação da família nos negócios - até aqui obscuros - do ex-motorista Fabrício Queiroz?

2- Essa movimentação de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz, íntimo da família Bolsonaro a ponto de pedir emprestado R$ 40 mil do presidente eleito, era do conhecimento de Jair?

3 - Se Jair emprestou os R$ 40 mil a Queiroz, por que isso não aparece entre tantas outras pessoas, que fizeram depósitos bancários na conta dele, segundo relatório do COAF, que descobriu os depósitos suspeitos?

4 - Por que Queiroz, ao pagar a Jair parte do empréstimo de R$ 40 mil, não o fez por meio de depósito bancário, o fazendo apenas quanto aos R$ 24 mil que aparecem na conta de Michele Bolsonaro?

5 - E Flávio, o que diz sobre a farra de depósitos de seus assessores na conta de Queiroz?

Enquanto tais perguntas não forem respondidas com a clareza solar que o momento exige, uma nuvem sombria de suspeitas continuará a pairar sobre a honra de quem se dispôs a livrar o país de corruptos e ladrões assaltantes do poder.

No ano 62, antes de Cristo, Pompéia Sula, esposa do imperador romano Júlio César, promoveu um festival em homenagem a Bona Dea ("boa deusa"), do qual homem nenhum poderia participar, em sua casa. Porém, um jovem chamado Públio Clódio Pulcro conseguiu entrar disfarçado de mulher, aparentemente com o objetivo de seduzir a mulher do imperador. Ele foi pego e processado por sacrilégio. 

César não apresentou nenhuma evidência contra Clódio no julgamento e ele acabou inocentado. Mesmo assim, César se divorciou de Pompéia, afirmando que "minha esposa não deve estar nem sob suspeita". A frase deu origem a um provérbio: "à mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta".

É a carapuça metafórica que despencou sobre a cabeça de Jair Bolsonaro. Conseguirá ele desvencilhar-se desse estigma milenar e devolver a confiança nele depositada por 58 milhões de brasileiros?

A conferir.

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1 Comentários

  1. Não adianta chorar, tem que aguentar quatro anos, sem gemer, pra aprender que a não votar em políticos que não entendem a nossa forma de governo, ninguém governa o país sozinho, bando de analfabetos políticos. Os eleitores brasileiros merecem os políticos que tem. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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