(Foto: Reprodução)
Principal suspeito pelo desaparecimento e morte da jovem Renata Larissa Santos, de 22 anos, em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, no Paraná, o policial militar Peterson da Mota Cordeiro pode ter estuprado pelo menos sete mulheres, de acordo com informações da Polícia Civil paranaense.
Renata Larissa sumiu no fim do mês de maio. O corpo de Renata foi encontrado na última quarta-feira (01), às margens da BR 376, em São José dos Pinhais, também na Região Metropolitana de Curitiba. O corpo estava em avançado estado de decomposição, mas foi identificado rapidamente no Instituto Médico Legal.
No mesmo dia em que o corpo foi achado, o policial foi levado para prestar depoimento na Delegacia da Mulher, mas preferiu ficar em silêncio. O homem já foi denunciado por outros estupros e vai responder pelo crime que envolve Renata Larissa. Ele está preso desde o último dia 20 de julho.
As causas da morte da jovem ainda são investigadas.
Comportamento sádico
A delegada responsável pelo caso, Eliete Kovaluk, da Delegacia da Mulher de Curitiba, disse nesta quinta-feira (2), que o policial se mostrou uma pessoa extremamente violenta.
Um dos boletins de ocorrência descreve que, enquanto abusava de uma das vítimas, ele pedia para a mesma dizer, por várias vezes, que ‘estava sendo estuprada’.
O policial militar teve equipamentos eletrônicos apreendidos pela polícia. As equipes encontraram diversos vídeos e fotos das vítimas de estupro. “A partir da análise desses dados a gente verificou que existem várias outras vítimas, porque ele registrava filmando e fotografando. Ele obrigava as vítimas a falarem o nome e a idade”, afirmou a delegada.
A maioria dos estupros foi cometida nas redondezas do Zoológico, no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba, de acordo com o que foi apurado pela polícia. A delegada contou que o primeiro caso foi registrado em outubro do ano passado.
Após isso, Cordeiro voltou a agir no início deste ano. “O segundo caso aconteceu neste ano. A vítima não tinha maiores dados dele, só falou que conheceu pela rede social. Com nosso trabalho de equipe ligamos os dois casos, até pelas características dadas pela vítima”, informou Eliete
PM usava redes sociais para conhecer vítimas
O policial atraia as vítimas por meio das redes sociais. Segundo a delegada, a abordagem era amistosa e fazia com que a mulher confiasse no suspeito.
“A vítima ia por vontade própria ao encontro dele, pela forma como ele abordava pelas redes sociais. Ele procurava ganhar a confiança da vítima, se mostrando ser uma boa pessoa, de boa índole. Ia buscar as vítimas em casa”, disse a delegada.
A polícia ainda não sabe dizer se o crime acontecia no primeiro encontro. Além disso, nos depoimentos, Cordeiro nega ter cometido os estupros e diz que as relações sexuais foram consentidas.
“Na cabeça dele, ele acredita que não cometeu o crime, contudo ele não aceitava o fim do consentimento da vítima. Se de alguma forma a vítima se negava, ele partia para o lado mais violento”, explica Eliete.
A delegada afirmou que ainda não é possível precisar o número de vítimas. “Nós não precisamos esse número ainda, justamente porque estamos em fase de levantamento, mas são várias. Hoje tivemos uma vítima que relatou que teve um encontro com ele uma semana depois do sumiço de Larissa, ele demonstrou estar bastante nervoso, mas de alguma forma ele a poupou”, concluiu a delegada.
O corpo de Renata Larissa será enterrado na tarde desta sexta-feira (03), no Cemitério Municipal Santa Cândida, em Curitiba.
Morte de Larissa
Renata Larissa desapareceu no dia 27 de maio, após sair de casa dizendo que ia à farmácia, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. No último dia 20 de julho, o policial militar foi preso suspeito de estupro de outras mulheres. Depois da polícia encontrar fotos e vídeos nos equipamentos eletrônicos dele e cruzar as informações do desaparecimento da jovem, foi que se chegou à conclusão de que ele seria o responsável pelo sumiço de Larissa.
“Na verdade nós chegamos nessa investigação por acaso. Nós estamos investigando vários casos de estupro na delegacia da mulher. A gente focou nos sinais particulares que as vítimas apresentavam, no caso dela foram as tatuagens. Nós então cruzamos os dados do desaparecimento da Larissa e a partir das fotos fizemos o mapeamento do local, com georreferenciamento dos celulares”, contou a delegada Eliete Kovaluk.
Segundo a delegada, as investigações apontam que Larissa morreu porque apresentou resistência
Dois inquéritos contra o policial já estavam em andamento, nos dois casos ele foi indiciado por estupro. Agora, no caso de Larissa, o policial deve responder por estupro, homicídio qualificado pela impossibilidade da vítima, ocultação do crime e feminicídio. Cordeiro está preso temporariamente, mas já teve a prisão preventiva solicitada.
(Com informações do Paraná Portal)
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