Santa Luzia do Pará - Povos indígenas "Tembé-Tenetehara" realiza festa do Moqueado



Festa do Moqueado abre a Semana dos Povos Indígenas na aldeia Tembé-Tenetehara em Santa Luzia do Pará



Convidados de honra, como o  prefeito Edno Alves e a secretária de Cultura, Juliana Patrizia, participaram das tradições festividades indígenas da etnia Tembé-Tenetehara que habita a reserva Alto Rio Guamá, no município de Santa Luzia do Pará. No último domingo, 15, aconteceu a Festa do Moqueado, tradição indígena de maior importância para os povos da floresta, que abriu as comemorações da Semana dos Povos Indígenas em alusão ao Dia do Índio.




A aldeia Tembé-Tenetehara é o cenário de um dos rituais mais importantes para esta etnia: A "Wyra’whaw", conhecida também como "Festa do Moqueado" ou "Festa da Moça". O momento marca a passagem das meninas e meninos para a fase adulta e acontece pelo menos uma vez por ano sem uma data fixa.

Cerca de 18 grupos familiares da tribo, que vivem na Terra Indígena do Alto Rio Guamá, participam do ritual que é a última etapa das cerimônias da vida para o povo Tembé, etnia herdeira da tradição e língua tupinambá.



Participam da festa as meninas que já tiveram sua primeira menstruação e meninos que apresentam sinais da puberdade, como mudanças na voz. Durante a cerimônia, todos são enfeitados, mas são elas que recebem uma atenção especial com adereços de penas coloridas e pinturas corporais feitas a base de uma tinta natural, produzida a partir do jenipapo, fruta abundante nas terras tembés. O cacique do povo Tembé e ex-vereador de Santa Luzia do Pará, Naldo Tembé, foi o principal anfitrião e quem conduziu os principais rituais da festa que possuem diversas etapas, inciando ao som dos chocalhos e cânticos entoados por todos os presente sempre na língua nativa.



O momento é considerado lúdico pela tribo, envolvendo também brincadeiras com as meninas e meninos da aldeia. Mas, segundo os costumes do povo Tembé, quem passa por esse ritual de iniciação não pode rir, pois, precisa demonstrar seriedade para a fase adulta que irá vivenciar a partir daquela data.

Durante o ritual, os Tembés dançam em círculos com passos cada vez mais ritmados com os guerreiros caciques posicionados no centro de uma grande roda. A festa costuma durar vários dias e até semanas com os participantes seguindo os rituais ensinados pelo pajé fazendo intervalos apenas para comer e descansar, de modo que os pés chegam a inchar e receber faixas devido ao esforço físico.

Durante todo o ritual, os mais velhos fumam o “tipiári”, fumo produzido a partir de seiva, tabaco e casca de árvores, que é um dos símbolos da cerimônia. Outro símbolo importante é o “kaíh”, espécie de amuleto no formato de macaco mumificado que é como item e brincadeiras que buscam separar as crianças dos adultos. O macaco é usado para fazer as moças acharem graça, se elas não rirem é porque estão preparadas para falar, presentar e honrar o povo Tembé.



O anoitecer anuncia também a chegada do fim desta etapa do ritual. A festa do moqueado passa para dentro do barracão onde mulheres e homens se juntam na etapa da festa conhecida como "rabo de arraial". Nela os integrantes da tribo se unem em uma espécie de corrente humana que dança com sincronia em movimentos para frente e para trás e que representa a força e união do povo Tembé.

Pessoas de fora da aldeia podem ser convidadas para presenciar a cerimônia - como aconteceu no último domingo, 15, com o prefeito Edno Alves e sua comitiva - que são convidados para tomar uma bebida a base de água e farinha de mandioca.



Os Tembé-Tenetehara, desde a gravidez, até o momento do casamento dos jovens, realizam uma série de festas que compõem um grande ritual de vida, formado pela Festa das Crianças, Festa do Mingau, Festa da Moça e pela Wyra‘whaw, a Festa do Moqueado.




Fonte: Santa Luzia On Line
O Blog do Rei

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