A análise do professor Ruy Silva sobre o acidente

Ruy Silva

Ontem a noite conversava com alguns amigos sobre os riscos de acidentes na PA-127. Analisamos alguns aspectos que vão continuar caracterizando os acidentes como o que ocorreu no último sábado. As causas diretas em geral são as condições da pista, do veículo, do condutor ou da vítima. A PA-127 nesse quase ano de inaugurada já foi cenário de vários acidentes com vítimas. O mais recente repete o perfil: ciclista, a vítima. Ora, de imediato pode-se deduzir que entre todos os usuários de uma pista as figuras mais vulneráveis são os pedestres e os ciclistas. Lembro do acidente que ocorreu no Km 38, no qual o caminhão de propriedade de um empresário local, arrancou o braço de uma senhora que estava de carona na bicicleta do seu esposo. Também do acidente que levou a óbito um senhor lá do km 39, que ocorreu no período de carnaval a pouco menos de um quilômetro do início da cidade. No acidente mais recente o impacto foi redobrado por ter vitimado três ciclistas de uma só vez. Nesses três casos citados as vítimas foram ciclistas! Antes de mencionar qualquer outro aspecto desses acidentes sabe-se que a PA-127 foi reduzida se compararmos as dimensões anteriores. Atualmente cabe somente um veículo em cada faixa da pista, se for um ônibus não sobra nenhum espaço lateral. O aspecto mais evidente é a inexistência de acostamento o que obriga os pedestres que fazem caminhada a ocupar a pista e os ciclistas também a exposição ao risco de atropelamento. Qualquer ultrapassagem exige que o condutor seja obrigado a ter de ocupar totalmente a contramão. Colabora para o risco de outros acidentes o perfil do revelo de elevações suaves, o que impede que nas subidas o condutor de identificar o movimento de quem está trafegando no sentido contrário, aspecto que não favorece ultrapassagem segura no perímetro que compreende o local do acidente. Na verdade a pista nova, os automóveis cada vez mais velozes e seguros induzem o condutor a querer correr mais rápido, no entanto, o relevo, a pista estreita, o movimento crescente de veículos, pedestres e ciclistas que diariamente são usuários dessa pista criam um cenário de vários riscos para todos. Além de tudo isso, é notório que se for acrescido a essa realidade a presença do condutor alcoolizado, a possibilidade da ocorrência de acidentes deixa de ser um risco para tornar-se fato. Que essa tragédia nos sirva de reflexão e aprendizagem para conviver com os riscos que a estrada nova nos expõem e também provoque em todos nós o despertar de atitudes mais cuidadosas e educadas no trânsito de nossa calorosa cidade.

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