Placa alerta: “cuidado, rua perigosa”
Alerta chama a atenção de quem passa e avisa sobre a violência que toma conta do bairro da Cidade Velha (Foto: Ricardo Amanajás)
Nem mesmo a pacata Rua Triunvirato com a Avenida 16 de Novembro, no bairro da Cidade Velha, escapa da violência urbana na Região Metropolitana de Belém. Alvo constante de roubos e arrombamentos de carros, os próprios moradores tomaram a iniciativa de pendurar na última segunda-feira, 28, o aviso “Cuidado, rua perigosa. Assalto e Arrombamento” junto à placa azul que dá nome ao cruzamento. A ideia é chamar a atenção da população que por ali transita.
O aviso colocado por uma pessoa não identificada chama a atenção de quem passa e alerta à violência urbana que se estende por toda a cidade. “É uma pena, porque essa rua era muito tranquila. Um lugar bom de passear, onde há muitos idosos. Mas hoje em dia a gente sabe de muitas histórias. Todo mundo aqui tem alguma para contar. Eu mesmo já tomei minhas providências e hoje meu carro possui alarme mais potente”, disse o comerciante e morador, Jonelson Pajo, que já teve o carro arrombado uma vez.
A impressão de insegurança também se estende até o bar do seu Domingos Pereira, na Rua Triunvirato. De acordo com o comerciante, o fato de ser uma rua com muitos estabelecimentos comerciais facilita a ação dos meliantes, já que a via sempre fica deserta a noite e nos fins de semana, quando os assaltantes aproveitam para agir livremente.
“Tem muitos assaltos nas paradas de ônibus, muito arrombamento de carro para levarem aparelhos de som, estepe e outros equipamentos. Já levaram todas as lâmpadas desse prédio. É uma rua muito deserta e com nenhum policiamento, aí fica fácil”, afirma.
Segundo Seu Domingos, a violência no trecho é antiga, mas sempre piora no mês de julho, quando o policiamento parece ausente e com o pouco movimento da cidade. “Já haviam colocado outra placa alertando que aqui era uma zona vermelha, mas essa já foi retirada”, conta o comerciante.
“É uma rua muito deserta e com nenhum policiamento”
João Batista Gomes, também comerciante da rua, reclama que não há policiamento no trecho há muitos anos. “Já era para terem colocado mais polícia e viatura passando por aqui, pois esse problema é conhecido aqui na vizinhança. Já levaram duas máquinas daqui da loja no valor de R$ 1.500. Eles não respeitam ninguém”, afirmou João Batista.
Vendedor de uma loja de produtos específicos para tatuagem, José Soares Neto, até o momento teve sorte, pois nunca aconteceu nada no estabelecimento onde trabalha, mas disse que as histórias são muitas e que a insegurança aumenta a cada dia. “Ouvimos muitas histórias de assaltos aqui na via, a gente fica preocupado até porque recentemente uma pessoa levou um tiro na perna durante um assalto aqui na 16 de Novembro”, relatou.
A reportagem tentou por várias vezes contato com a assessoria de imprensa da Polícia Militar, mas sem sucesso.
(Diário do Pará)
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