EM MEMÓRIA DE GARCIA, POLI E PROFESSORA LAURA

Foto de Silvio Eder Souza.
Gabo


Gabriel Garcia Márquez não foi apenas um dos maiores escritores de todos os tempos. Ele foi um pedaço do mundo, de um mundo que clama por justiça e por igualdade para todos. Foi um Homem que se projetou de corpo e alma em sua própria obra. Sua ficção fincou raízes em sua visão de mundo e as duas caminharam juntas por mais de cem anos de solidão. Mas Gabriel nunca esteve só, projetou-se no conjunto de sua estupenda e universal peça literária. E não se está falando do Gabriel do Nobel, mas do Gabriel anjo pensador, ensaísta da inexorável condição humana. Mas que traços, que vieses aproximam seres humanos geográfica, social e historicamente tão díspares vivendo em microuniversos distantes uns dos outros? O que Gabriel, Poli e Laura poderiam ter em comum? o Gabriel era uma celebridade, de todos conhecido, isso se sabe. 
Foto de Silvio Eder Souza.
Poli

Pois bem, a quem interessar possa, Paulo Afonso de Oliveira Falcão, o Poli, assim como sua querida e saudosa mãe, professora Laura Falcão, também são universais, não na condição de celebridade, mas como seres humanos que cunharam indeléveis marcas em tudo aquilo que realizaram. Laura Falcão, em sua centenária existência, foi um dos pilares fincados naquilo que hoje é Marituba. Obstinada mestra, dedicada a educação geração apos geração, mãe e esposa extremada, era comum vê-la no pátio de sua casa a ler os jornais diários, ávida por conhecimento e informação, apesar dos anos já chegados.
Poli, advogado com banca de promotor, político atuante, por duas vezes prefeito de Ananindeua, se vivesse na Grécia antiga certamente seria agraciado pelo foco da famosa lanterna de Diógenes Sínope, filosofo grego que vagava pelas ruas de Atenas com uma lanterna acesa em pleno dia, e quando os curiosos perguntavam o porquê de tão inusitado comportamento, ele dizia estar apenas à procura da verdade e de um homem honesto. A lanterna de Diógenes teria não apenas encontrado um homem honesto, mas um homem de verdade que nunca permitiu que vaidades pessoais ou aspirações oblíquas o desviassem da trajetória que traçara e que resumira sua existência: a honestidade, a competência e a retidão que sempre guiaram suas ações, quer como cidadão de bem, quer como político e administrador exemplar.

Foto de Silvio Eder Souza.
Professora Laura

Na condição de professor de uma escola em Ananindeua, uma vez chamei uma aluna e mostrei-lhe a casa onde ele morava com a família. A jovem olhou e achou estranho que um político tão importante como Paulo Afonso de Oliveira Falcão morasse em uma casa tão modesta e simples, espremida numa rua contígua a Praça da Matriz.
Gabriel, Poli e Laura, ícones indeléveis de gerações tão carentes de rumo e direção, todos três imortais naquilo que se propuseram realizar.

Por: Orlando Tadeu Ataide Leite (OTAL)

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