ONGs cearenses confirmam entrevistas a Mikkel Keldorf, mas negam extermínio pela Copa
O Portal UOL fez o certo no caso "Mikkel Keldorf", de que teriam ocorrido execuções de crianças de rua em Fortaleza por conta da Copa: ao invés de se preocupar com o repórter foi verificar o reportado.
> Em Fortaleza
O jornalista do UOL, Adriano Wilkson, foi a Fortaleza onde encontrou os diretores da “O Pequeno Nazareno”, ONG que atende crianças de rua, que confirmaram terem estado com Keldorf, mas negaram terem dado a informação na forma como ele publicou.
"Não sei qual foi a fonte dele, mas eu não conheço nenhum caso de extermínio. Existem assassinatos, claro, mas por vários motivos. Eu não seria leviano em afirmar que há uma ação deliberada de extermínio por causa dos grandes eventos", declarou Adriano Ribeiro, diretor da “O Pequeno Nazareno".
A ONG “Barraca da Amizade”, cuja diretora, Jacinta Rodrigues, esteve com Keldorf por alguns dias, mostrando a ele o cotidiano das crianças de rua de Fortaleza, também nega o extermínio por conta da Copa.
"Quando a gente conversou, ele estava realmente assustado, revoltado com a desigualdade social. Para alguém que vem de onde ele vem, ver criança passando fome deve ser realmente muito chocante", declarou Jacinta.
Antonio Carlos, que trabalha com crianças de rua há 14 anos em Fortaleza e foi procurado por Keldorf, contesta-lhe as declarações: "Falar em grupo de extermínio de pessoas? Eu não tenho conhecimento disso. Não desse grau de periculosidade.", afirmou Antonio Carlos.
O jornalista do UOL ouviu dos diretores das ONGs que surgem rumores de extermínio de crianças, mas nunca houve comprovação: “Em 2013, os profissionais d'O Pequeno Nazareno ouviram denúncias de que um suposto grupo estaria tirando crianças de locais de concentração de turistas por causa da Copa das Confederações. Mas ao averiguar as denúncias, eles não conseguiram chegar a nada de concreto.”, afirma o jornalista do UOL, Adriano Wilkson.
> Na Dinamarca
De volta à Copenhagen, Mikkel Keldorf, que na verdade é um jornalista independente, ou seja, faz reportagens e as vende às redes interessadas, concedeu entrevista à televisão pública dinamarquesa “TV2”, para cujo Portal vendeu em janeiro desse ano uma matéria sobre "a instabilidade das favelas pacificadas no Rio de Janeiro", quando reafirmou as declarações feitas sobre Fortaleza:
"Uma das minhas fontes tem contato diário com crianças de rua. Ele tem informações de duas crianças que viram quatro outras tomarem tiros quando estavam na rua. Duas delas morreram.”
Pela forma como Keldorf conduziu o assunto, vários jornalistas escandinavos tem desferido pesadas críticas à sua conduta de não ter aprofundado as informações que diz possuir e ter preferido abandonar o Brasil e a matéria, e se assim optou, não deveria te-la publicado de forma inconclusa.
> Em Fortaleza O jornal "Tribuna do Ceará" publicou entrevista com Keldorf, no qual ele contesta a campanha de descrédito surgida nas redes sociais ao seu respeito.
0 Comentários