O Pará da fantasia na cabeça de Jatene





Jatene entre o Pará virtual e o real




Na última segunda-feira o governador Simão Jatene iniciou o “projeto” “Pará Virtual”, programa em que o governador tucano apresenta as ações de governo e responde a “perguntas” de internautas e telespectadores.
A TV Cultura é a responsável pela produção e transmissão do programa. Jatene inicia claramente a sua largada para a reeleição. A cobertura do programa atingiu 112 municípios paraenses. Jatene sabe que precisa de maior visibilidade nos municípios.
Seu possível adversário, Helder Barbalho, ex-prefeito do segundo maior município paraense em população: Ananindeua (500 mil habitantes) é presidente da Famep, entidade que reúne mais de uma centena de municipalidades e propicia ao filho de Jader percorrer o território paraense, algo que Helder já vem fazendo, enquanto Jatene se mantém enclausurado em seu castelo, o Palácio dos Despachos.
Além de um forte marketing (algo em torno de 40 milhões por ano) o governo Jatene inaugura agora com o programa “Pará Virtual” uma nova plataforma de propaganda. Ensaia um discurso fantasioso. Tive a oportunidade de assistir parte do programa. Na ocasião Jatene disse que nunca se investiu tanto como agora. Os mais bem informados sabem que não. Dados oficiais (inclusive do próprio governo) apresentam números preocupantes em relação às ações do governo tucano. Os índices de investimentos são os mais baixos dos últimos 16 anos. Esse é o Pará real, sem fantasia, sem marketing pesado, a triste e preocupante realidade.
Sempre disse que os tucanos, independentes de governos e esferas de poder são bons em um quesito: propaganda. Conseguem esconder a realidade através de investimentos pesados em marketing. No Pará não é diferente. As Organizações Romulo Maiorana, o maior grupo de comunicação paraense sustentam esse Pará fantasioso em troca de milhões em contratos de publicidade firmados com o governo.
Jatene sabe por pesquisas internas que seu índice de aprovação não é bom. Em algumas regiões do oeste e sul do Pará (regiões que tentaram a separação do território paraense) Jatene nem pisa. Quando pisa, há esquema por parte de sua assessoria direta em camuflar a pressão negativa que o governador sofre. Jatene sabe mais do que todos que o seu quadro avaliativo nos interiores é preocupante. Talvez, por isso, concentrou às ações escassas de seu governo para a RMB.
Será que só a RMB conseguirá reeleger o governador? Jatene terá tempo e disposição para reconquistar alguns redutos eleitorais importantes?
Jatene reforça novamente um perfil de governo instaurado no Pará há décadas: a concentração administrativa. O governo do Pará (independente de partidos) é um dos mais concentrados do Brasil. Não só em políticas públicas, mas também em efetivo de servidores em todas as áreas. Um estado com dimensões territoriais continentais, o segundo maior do Brasil, não há políticas institucionais de descentralização administrativa. Por isso, o forte movimento separatista que enfrentamos.
O Pará não foi dividido e o que mudou? A baixa popularidade de Jatene nos interiores responde a pergunta. O slogan: “Esse é o Pará que a gente faz, e juntos vamos fazer mais” é apenas,mais uma obra fictícia do Pará virtual sustentado pelos tucanos.

Professor Henrique Branco.

Postar um comentário

0 Comentários