Bombeiros iniciam fiscalização em boates
Oito equipes fazem a averiguação de alvará de funcionamento, material de combate a princípio de incêndio, sinalização e livre acesso às saídas de emergência. “A prioridade são locais similares ao de Santa Maria, onde ocorreu o incêndio no último domingo (27)”, ressalta o tenente coronel Daniel Rosa, diretor de serviços técnicos do Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
A atenção maior é quanto à reavaliação e redirecionamento das saídas em caso de pânico geral. “As saídas não devem ter nenhum tipo de obstáculo que implique atraso para os ocupantes”.
Durante o dia de ontem, 25 locais da Região Metropolitana de Belém foram fiscalizados pelas equipes. Segundo o tenente coronel Daniel, a operação deve prosseguir no dia de hoje, quando o balanço geral será divulgado.
Os estabelecimentos com irregularidades só poderão voltar a funcionar após adequação às determinações do Corpo de Bombeiros. “A boate só será liberada depois de cumprir as exigências de segurança e proteção contra incêndios”, enfatiza o diretor. A capacidade média de uma boate de Belém é de 500 pessoas.
A maior parte das boates e casas noturnas apresenta acabamento inadequado, com teto decorativo ou acústico revestido por espumas e panos para conter a propagação do som. O ideal é usar material não inflamável. O uso dos chamados fogos indoor também é uma prática comum em festas, casamentos, formaturas e em apresentações de aparelhagens. “É totalmente impróprio e inadequado. Não pode usar fogos de artifício em ambientes internos, é recomendação do fabricante”, frisa o coronel. Suspeita-se que o uso do artefato na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, tenha iniciado o incêndio.
A fiscalização também vai atingir as aparelhagens. “Vamos combater essa prática e chegar a elas (aparelhagens) também”, antecipa o tenente coronel. O dono do empreendimento que fizer uso de artefatos inflamáveis sem autorização e acompanhamento será notificado. “É uma ação com possibilidade de converter em crime”.
Todas as aparelhagens que quiserem fazer shows com materiais do tipo devem entrar em contato com o Corpo de Bombeiros informando a intenção e, após a verificação dos profissionais no equipamento e local da festa, será emitida ou não uma autorização. “Os bombeiros nunca foram acionados para isso. A queima de fogos de artifício sem autorização e fiscalização do Corpo de Bombeiros é indevida e irresponsável”, argumenta o diretor.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, Belém tem 501 estabelecimentos incluindo casas de shows, boates, bares e restaurantes. Uma triagem será feita para identificar boates e casas noturnas. Não há previsão de quando a fiscalização vai ser concluída.
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